quarta-feira, 20 de outubro de 2010

EM NOME DA VERDADE

O Conselho Nacional das Instituições da Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (CONIF) lamenta profundamente as críticas infundadas feitas pelo candidato à presidência da República, José Serra, muito embora não se surpreenda com tal posição, uma vez que conhece toda a prática adotada para as instituições da rede federal durante o governo FHC, do qual o mesmo foi ministro.

A verdade é que a expansão da Educação Profissional no Brasil hoje é inegável e inconteste. A criação de novas escolas técnicas federais havia sido proibida em 1998, pelo então ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, apoiado pelo Presidente da República à época, FHC. Somente no governo do presidente Lula as instituições da rede federal estabeleceram um diálogo franco e aberto com o Ministério da Educação e, junto com ele, em articulação com a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, derrubaram tal proibição, permitindo, portanto, o surgimento de novas escolas apenas em 2005. Essa é a verdade!

No entanto, somos surpreendidos pelo candidato Serra, durante a campanha eleitoral deste ano, com uma proposta de criação de novas escolas técnicas e por um tal PROTEC. Ora, se houve proibição de criação de novas escolas no governo do qual o mesmo foi ministro, quem acredita que ele irá criar novas unidades? E, conhecedores que somos da rede federal, sabemos que a proposta de PROTEC se apresenta inexeqüível, a menos que essas vagas sejam pagas à iniciativa privada. Essa é a proposta que a sociedade quer para a Educação?

Repudiamos também a fala do candidato Serra sobre o ENEM, num dia tão importante para a educação, o Dia do Professor. Esse exame, que hoje atende a mais de 4 milhões de jovens, democratiza o acesso ao ensino superior por permitir que todos tenham chance de ingressar em cursos de graduação através de uma mesma prova. Certamente, não é o que o candidato deseja, já que a marca política de seu governo sempre foi o favorecimento das elites dominantes nesse país com uma política neoliberal.

O olhar de Serra para a educação profissional no Brasil é o mesmo com o qual olha para a sua política habitacional: a do puxadinho, a do projetinho. A de uma política que não descentraliza a educação e nem vai ao encontro daqueles que realmente precisam de capacitação.

Nós, reitores, reitoras e diretores dos Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, CEFETs e Colégio Pedro II, acreditamos na expansão da rede federal. Fazemos parte dela. E acreditamos no ENEM como forma democrática de acesso ao ensino superior. O resto é conversa do candidato.

Consuelo Aparecida Sielski Santos - Presidenta do CONIF

16/10/2010

www.conif.org.br

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